O quadro mistério de Isabel de Portugal
As crónicas falaram sempre da sua beleza.
O seu nome era Isabel (1503-1539).
Era filha de D. Manuel I e da sua segunda mulher, Maria de Aragão.
Casou com o homem mais poderoso da Europa - O Imperador Carlos V (filho de Joana, la loca).
Mas quando Isabel foi retratada por Tiziano já tinha morrido há 9 anos.
Carlos V, movido pela saudade imensa que tinha de Isabel, emprestou ao pintor um busto que havia da imperatriz no Palácio e foi através dele que Tiziano se inspirou! (Hoje esse busto está no Museu do Prado)
TIZIANO, "Isabel de Portugal" (1548), Museu do Prado.
Mas a tela que Tiziano utilizou para este retrato parece que não era nova...
Segundo Palma "O Jovem", aluno de Tiziano, o artista ia pintando quadros que deixava apoiados nas paredes do estúdio, virados para a parede.
Cada dia virava um deles e modificava-os. Por vezes, mais do que uma vez...
Tiziano, mestre da pintura renacentista, era um "arrependido" crónico e cobria muitas vezes as telas de outras pinturas.
As radiografias revelaram que debaixo do majestoso retrato de Isabel de Portugal há outra figura feminina que nada tem que ver com a rainha e que antes se parece com uma personagem mitológica.
Radiografia efectuada ao quadro em que se visualiza uma outra figura feminima por detrás de Isabel.
Carlos V, após a sua morte isolou-se no Mosteiro de Yuste donde dirigiu o Império até abdicar em nome de Felipe II.
Imperatriz bonita, a D. Isabel. Não chegou a conhecer o neto, o nosso malogrado D. Sebastião.
Apesar de o retrato ter sido pintado a partir de um busto, atrevo-me a dizer que revejo no rosto da imperatriz alguns traços do neto, neste retrato do pintor Cristóvão de Morais:
http://www.uc.pt/artes/6spp/imagens/morais_sebastiao1.jpg
Os olhos, o nariz, os lábios e o queixo são tão semelhantes!
Blogue muito bem estruturado. Gostei muito de passar por aqui. Parabéns!
Obrigado Diomedes!
Tb a acho lindíssima! Talvez existam algumas semelhanças! Diz-se que o Imperador passava tardes no palácio admirando este retrato.
O próprio Duque de Gandia, que por altura da morte de Isabel se encontrava fora, quando chegou pediu para vê-la uma última vez e ficou tão impressionado com o estado de degradação que disse ("No quiero servir a Señor que se me pueda morir")
Pouco depois morreria tb sua esposa Leonor e renunciou à vida terrena... professou e foi ele São Francisco de Borja.
Há um quadro fantástico deste episódio histórico:
Conversión del duque de Gandía
José Moreno Carbonero (1860-1942)
http://cvc.cervantes.es/actcult/museoprado/citas_claroscuro/siglo_XIX/siglo_XIX_ampliacion06.htm
Impressionante o quadro, e também a humildade e a entrega generosa de S. Francisco de Borja a favor dos desprotegidos.
Obrigado pela descrição, pois desconhecia tais factos históricos.
Abraço.
No site do Museu do Prado refere que o quadro foi baseado num quadro anterior de autor desconhecido
http://www.museodelprado.es/en/the-collection/online-gallery/on-line-gallery/obra/empress-isabel-of-portugal/