segunda-feira, outubro 17, 2005

Parábola de um tempo distante


A Vida surgiu com um “Sim”.
O sim de uma Vontade ou o sim de uma molécula para a outra.
Esse sim permitiu tudo o resto e não tardou a surgir o Não.
A dualidade transformou os habitantes da Primeira Era. Ficaram confusos. Passaram séculos a tentar regressar ao absoluto, ao uno, ao vero.

Procuraram no Universo, na Terra, na Água e em Si próprios um princípio que tudo regesse. Julgaram que tinham chegado a ele. Não sabiam se haviam de escrever “ele” ou “Ele”. Imaginavam apenas que era um único princípio. Então travaram guerras, derramaram sangue, destruíram impérios, impondo a forma de se referir a “Ele”. Estavam dispostos a morrer e a matar por este princípio que pensavam ter descoberto.
Tinham a chave da compreensão da Vida.

Construíram o mundo que achavam perfeito: que obedecia a princípios perfeitos e para que perdurasse no tempo, criaram os filhos segundo modelos perfeitos. Estimularam neles a inteligência, a criatividade, as boas maneiras, e o respeito pelos outros e principalmente por esse Princípio.

Então seguiram pela estrada dos séculos: a sociedade perfeita. Conseguiram que todos tivessem as condições para serem felizes. Mas a par disso começaram a construir um muro entre aqueles que o conseguiam e os que não conseguiam. Surgiu um muro alto entre a felicidade e a infelicidade, entre os pobres e os ricos, entre a fé e a descrença.

Torre de Babel, Pieter Bruegel, o Velho


Esses muros eram legais. Não atravessavam nenhum Estado, nenhum rio, nem nenhum deserto. Estavam enraizados na humanidade, qualidade de ser humano.

Impediam-lhes de ver a pobreza, de ver a tristeza e o sofrimento e mantinham-nos num mundo seguro, aquele que tinham criado com tanta dedicação. Viviam uns ao lado dos outros, trabalhavam lado a lado e viajavam juntos diariamente. Mas não sabiam que alguns deles atravessavam todos os dias aquele muro.

Alguns diziam já que o muro de tão alto podia ser ameaçador. Mas continuaram a elevá-lo. Não ligaram às críticas dos poetas e dos filósofos e acusaram-nos de loucos.

O verdadeiro princípio tinha sido esquecido há muito. Não foram capazes de ver que nunca o tinham posto em prática, que impuseram normas conforme as necessidades, adaptando-as aos interesses daqueles que viviam no lado oficial do muro. E debateram-se até ao final por um Princípio que não existia levando os habitantes da Primeira Era à extinção.

Querem fazer parte de uma segunda Era ou querem mudar o rumo desta para o caso de ser a única?

Pensem nisso! Siddichandra

4 Opiniões

Anonymous Anónimo said...

Gostei muito... Foi o menino que redigiu?

Olhe, onde foi parar aquela parte dedicada a mim?

Jinhos

quarta-feira, 19 outubro, 2005  
Anonymous Anónimo said...

O conceito da torre de babel é mt interessante. Há um cd do I-Wolf (músico autriaco) intitulado "I-Wolf And Burdy Meet The Babylonians" que tem o conceito da torre de babel como ponto de partida. vale a pena ouvir :-)

quinta-feira, 20 outubro, 2005  
Blogger Siddhichandra said...

Para a zézé: mt obrigado e sim foi o menino que redigiu! Agrada-me que tenha lido! ;-)
A parte dedicada a si tirei pois achei que era giro para estar num blog sobre a familia... coisa que este não é!

Volte sempre,
Saudações fraternais

quinta-feira, 20 outubro, 2005  
Blogger Siddhichandra said...

Para o sérgio: vou procurar essa música.

Sobre o tema da torre de babel será interessante explorá-lo numa próxima vez!
Entretanto preparo algo sobre a caixa de pandora!
Abraço e obg pela visita

quinta-feira, 20 outubro, 2005  

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