domingo, julho 02, 2006

Soneto da Separação

Vinicius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto

Silêncioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

3 Opiniões

Anonymous Anónimo said...

Bonito soneto!
Tem a capacidade de retratar de uma forma sublime um momento difícil.
dcg

segunda-feira, 10 julho, 2006  
Blogger Desambientado said...

Gostei do seu blog, especialmento do post sobre janelas e guilhotinas.

Tenho uma página semanal num jornal dos Açores, chamada blogs.do.mundo e gostaria de saber se me dá permissão para publicar esse post. Trata de uma temática interessante e aqui em Angra do heroísmo, cidade Património Mundial, o que mais há são janelas de guilhotinas.

Cumprimentos:

Félix

terça-feira, 12 dezembro, 2006  
Blogger Desambientado said...

Obrigado pela permissão. Já foi publicado.

Aproveito para vos desejar um óptimo Natal.

quinta-feira, 21 dezembro, 2006  

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