domingo, dezembro 25, 2005

Gargalhadas Natalicias

Sempre defendi que umas boas gargalhadas, mesmo sobre religião, são o próprio fim e não um mau meio...

Aqui vão algumas anedotas que elegi!



















Reis Magos

O que se teria passado, se, em vez de três Reis Magos, tivessem sido três Rainhas Magas?

- Teriam perguntado como chegar ao local e teriam chegado a horas.
- Teriam ajudado no parto e deixado o estábulo a brilhar.
- Teriam ainda preparado uma panela de comida e teriam trazido ofertas mais práticas.

Mas quais teriam sido os seus comentários ao partirem?

- Viste as sandálias que a Maria usava com aquela túnica?
- O menino não se parece nada com o José!
- Virgem! Pois está bem! Já a conheço desde o liceu!
- Como é que é possível que tenha todos esses animais imundos a viver dentro de casa?
- Disseram-me que o José está desempregado!
- Queres apostar em como não te devolvem a panela?




Joãozinho falava com sua mãe pedindo uma bicicleta nova. A sua mãe decidiu que seria uma boa oportunidade para ele tomar consciência das suas atitudes e falou:

- Bem, Joãozinho, agora é época de Natal e nós não temos dinheiro para ir comprar uma bicicleta. Que tal escreveres uma carta a Jesus e pedires para te dar uma bicicleta?
Ele finalmente resolveu sentar-se e escrever a tal carta:
“Querido Jesus: Fui um menino bonzinho este ano e gostaria de ganhar uma bicicleta nova. Seu amigo, Joãozinho.”
Mas Joãozinho lembrou-se que, na verdade, Jesus sabia que tipo de menino ele era. Então, rasgou a carta e resolveu tentar mais uma vez.
“Querido Jesus: Tenho sido um menino querido este ano e quero uma bicicleta nova. Sinceramente, Joãozinho.”
Bem, Joãozinho sabia que não estava a ser totalmente honesto. Rasgou a carta mais uma vez e tentou novamente.
“Querido Jesus: Acho que fui um menino bonzinho este ano. Posso ganhar uma bicicleta ? Joãozinho.”
Foi então que Joãozinho olhou para o fundo de sua alma, o que, aliás, era o que sua mãe queria desde o começo. Amassou mais uma vez a carta e saiu para a rua e entrou numa igreja. Meditou sobre o que ia fazer e repentinamente agarra numa imagem de uma santa e sai a correr para casa. Escondeu a santinha em baixo da sua cama e escreveu a seguinte carta:
“Jesus, tenho a sua mãe! Se quiser vê-la novamente, dê-me uma bicicleta!
...

Eram dois irmãos, um pessimista e um optimista. No Natal receberam as prendas.O pessimista uma bicicleta. O optimista recebeu uma bosta de cavalo numa caixinha. Diz o pessimista:
- "Agora que recebi um bicicleta, vou cair. Partir os dentes e a cabeça, vou-me aleijar, que chatice! E tu mano, o que e que recebeste?"
- "Eu recebi um cavalo, mas ainda não sei onde está."
...

Sabem porque é que as árvores de Natal têm um anjinho em cima?
É uma longa história ...
Na véspera de um destes Natais, o Pai Natal estava muito aflito porque ainda não tinha embrulhado as prendas todas, tinha uma rena coxa e outra constipada.
Desesperado foi beber um copo, chega à adega e não havia nada.
Voltou à cozinha para comer alguma coisa e os ratos tinham comido tudo.
Para alegrar-lhe a vida, a mulher avisou-o que a sogra ia passar o Natal com eles.
No meio do desespero, tocam-lhe à porta.
Com a pressa de abrir a porta, tropeça e amassa a cara toda, começando a sangrar.
Abre a porta neste lindo estado e aparece-lhe um anjinho dizendo com uma voz angelical:
- Olá Pai Natal! Boas Festas! Venho visitar-te nesta quadra tão feliz, cheia de paz e amor. Trago-te aqui esta árvore de natal. Onde é que queres que a meta?
...
A Loira e o Pai Natal
Uma loira telefona para o Pai Natal:
- Eu queria falar com o Pai Natal.
- É o próprio.
- Senhor Próprio, podia chamar o Pai Natal?



Em escuta...
















Eskimo é uma das minhas músicas preferidas do irlandês Damien Rice.

Para escutá-la cliquem aqui


Eskimo

tiredness fuels empty thoughts
i find myself disposed
brightness fills empty space
in search of inspiration
harder now with higher speed
washing in on top of me so
i look to my eskimo friend when i’m down down down
rain it wets muddy roads
i find myself exposed
tapping does but irritate
in search of destination
harder now with higher speed
washing in on top of me so
i look to my eskimo friend when i’m down down down

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Bairro do Oriente

Piscine du Harem - Gérome

























Melhor do que um pequeno almoço com diamantes é uma noite assim...

Dedico esta música à pessoa que experimentou o bairro do oriente!


BAIRRO DO ORIENTE (Clã) escutar excerto de 30 segundos :-(

Letra: Carlos Tê/Rui Veloso

Tenho à janela
uma velha cornucópia
cheia de alfazema
e orquídias da Etiópia

Tenho um transistor ao pé da cama
com sons de harpas e oboés
e cantigas de outras terras
que percorri de lés-a-lés

Tenho uma lamparina
que trouxe das arábias
para te amar à luz do azeite
num kamasutra de noites sábias

Tenho junto ao psyché
um grande cachimbo d'água
que sentados num canapé
fumámos ao cair da mágoa

Tenho um astrolábio
que me deram beduínos
para medir no firmamento
os teus olhos astralinos

Vem, vem à minha casa
rebolar na cama e no jardim
acender a ignomínia
e a má língua do código pasquim
que nos condena numa alínea
a ter sexo querubim.

Interieur du Harém - Giraud

terça-feira, dezembro 20, 2005

A Experiência: uma visão interessante

A Kiss - Sir Lawrence Alma Tadema


A redacção que se segue foi escrita por um candidato numa selecção de Pessoal na Volkswagen. A pessoa foi aceite e o seu texto tem circulado na Internet, pela sua criatividade e sensibilidade.

Já fiz cócegas à minha irmã só para que deixasse de chorar, já me queimei a brincar com uma vela, já fiz um balão com a pastilha que se me colou na cara toda, já falei com o espelho, já fingi ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violinista, mago, caçador e trapezista; já me escondi atrás da cortina e deixei esquecidos os pés de fora; já estive sob o chuveiro até fazer chichi.
Já roubei um beijo, confundi os sentimentos, segui um caminho errado e ainda sigo a caminhar pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela onde se cozinhou o leite creme, já me cortei ao barbear-me muito apressado e chorei ao escutar determinada música no autocarro.
Já tentei esquecer algumas pessoas e descobri que são as mais difíceis de esquecer.
Já subi às escondidas até ao terraço para agarrar estrelas, já subi a uma árvore para roubar fruta, já caí de uma escada.
Já fiz juramentos eternos, escrevi no muro da escola e chorei sozinho na casa de banho por algo que me aconteceu; já fugi de minha casa para sempre e voltei no instante seguinte.
Já corri para não deixar alguém a chorar, já fiquei só no meio de mil pessoas sentindo a falta de uma única.
Já vi o pôr-do-sol mudar de rosa a laranja, já mergulhei para a piscina e não quis sair mais, já bebi whisky até sentir os lábios dormentes.
Já olhei a cidade de cima e nem mesmo assim encontrei o meu lugar.

Já senti medo da escuridão, já tremi de nervos, já quase morri de amor e renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial, já acordei a meio da noite e senti medo de me levantar.
Já apostei a correr descalço pela rua, gritei de felicidade, roubei rosas num enorme jardim, já me apaixonei e pensei que era para sempre, mas era um "para sempre" pela metade.
Já me deitei na relva até de madrugada e vi o sol substituir a lua; já chorei por ver amigos partir e depois descobri que chegaram outros novos e que a vida é um ir e vir permanente.
Foram tantas as coisas que fiz, tantos os momentos fotografados pela lente da emoção e guardados nesse baú chamado coração...
Agora, um questionário pergunta-me, grita-me desde o papel: " - Qual é a sua experiência?"
Essa pergunta fez eco no meu cérebro. "Experiência... Experiência... "
Será que cultivar sorrisos é experiência?
Agora... agradar-me-ia perguntar a quem redigiu o questionário:
" - Experiência?! Quem a tem, se a cada momento tudo se renova?"

segunda-feira, dezembro 19, 2005

As palavras estão gastas



Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sol das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

(Eugénio de Andrade – 1987)

domingo, dezembro 18, 2005

Audrey Hepburn (1929-1993)

Aqui ficam algumas fotos de uma noção de beleza que eu partilho.
Pode ver-se um trailler de Breakfast at Tiffany's aqui.






~







quinta-feira, dezembro 15, 2005

A última actuação de Callas

Retrato de U. Santini (Opera de Atenas)

Dizia a crítica que a sua voz lírica demais para cantar ópera. Lembrei-me ontem de Maria Callas a ouvir Oh mio babbino caro de Puccini, célebre o suficiente, mas que tem uma particularidade.

Foi a última interpretação de Maria Calas em 11 de Novembro de 1974, antes de ter sucumbido, pouco antes de completar os 54 anos. Convido-vos a ouvir acompanhando a letra.

Oh mio babbino caro – Puccini (ouvir)
(ouvir de preferência a versão de Renée Flemming)

Oh mio babbino caro, mi piace, e bello, bello:
vo'andare in Porta Rossa a comperar l'anello!
Si, si ci voglio andare!
E se l'ami indarno, andrei sul Ponte Vecchio,
ma per armi in Arno! Ni struggo e mi tormento!
O Dio, vorrei morir!
Babbo, pieta, pieta!
Pabbo, pieta, pieta!

Babbo é uma forma carinhosa de chamar o pai. Pabbo, uma palavra para misericórdia.

A plateia naquela noite de 1974 aplaudiu Calas mas sentiu-se frente a um mito decadente. Lembro-me de ver há uns anos um filme dessa actuação e ninguém enganou ninguém. Maria C. agradecia com tristeza o carinho do público que batia palmas timidamente.

Callas e Meneghini


Callas, Elizabeth Taylor e Onássis


A sua voz estava tragicamente perdida.

O desgosto amoroso que o magnata grego provocou a Calas levou à sua decadência... paralelamente ao facto de não lidar bem com o envelhecimento.

Callas viveu uma profunda depressão isolada no seu apartamento de Paris.

Conforme o seu pedido, as suas cinzas foram entregues ao Egeu.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Atenção de Ourives


Ontem alguém apostou em mim pelo que acreditava que eu valia e não pela minha prestação.

No mesmo dia recebi uma mensagem sobre um anel. Dizia que só um especialista lhe daria o devido valor e que nunca devíamos submeter o anel à avaliação de outros que não o ourives.

Senti-me ser avaliado por um especialista que conseguiu ver através de mim aquilo que eu valia mas que não mostrei. Acho que nem todas as pessoas têm o dom de ser especialistas, mas devia ser uma qualidade a exercitar. Às vezes basta estar atento... nós não mostramos tantas qualidades nossas!

À pessoa que hoje me avaliou com atenção de ourives e que certamente se revê neste texto, o meu obrigado sincero.

sábado, dezembro 10, 2005

O Desterrado

Titulo Desterrado
Autor António Soares dos Reis (1847-1889)
Mármore de Carrara, Roma 1872
Dimensão A. 178 cm; L. 68 cm; P. 73 cm

«Ao escurecer, voltou de terra o comandante, e contemplou, com os olhos embaciados de lágrimas, o desterrado, que contemplava as primeiras estrelas, eminentes ao mirante.
- Procura-a no céu? - disse o nauta.
- Se a procuro no céu! - repetiu maquinalmente Simão.
- Sim!... No céu deve ela estar.
- Quem, senhor?
- Teresa.
- Teresa!... Morreu?!
- Morreu, além, no mirante, donde ela estava acenando.
Simão curvou-se sobre a amurada, e fitou os olhos na torrente. O comandante lançou-lhe os braços, e disse:
- Coragem, grande desgraçado, coragem! Os homens do mar crêem em Deus! Espere que o céu se abra para si pelas súplicas daquele anjo!
Mariana estava um passo atrás de Simão e tinha as mãos erguidas.
- Acabou-se tudo!... - murmurou Simão. - Eis-me livre... para a morte...»

Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição - 1862

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Imogen Heap - Speak for Yourself

Recomendo ouvirem Imogen Heap (site oficial)



Speak for Yourself (escutar) é o album que está em escuta. Esta cantora foi celebrizada na banda sonora de Shrek com a versão de Holding out for a hero de Bonnie Tyler (enquanto vocalista dos Frou Frou)

Imogen Heap - Speak For Yourself (2005)

Formada como pianista y compositora y dotada de una voz que destaca por su creatividad, Imogen Heap es diferente a los demás, pues a pesar de facturar un pop aparentemente accesible a cualquiera, su estilo es inconfundible. Ella es el máximo exponente del llamado sonido “breathy” (voz aspirada o entrecortada), una forma de expresión más que un lenguaje musical. Imogen Heap inició su carrera en solitario con I-Megaphone (1998) y cuatro años después editó junto a Guy Sigsworth y con el nombre de Frou Frou, el álbum Details (2002). Dicen que en algunas ocasiones, la popularidad y el reconocimiento llegan por los caminos más extraños, pues el dúo británico Frou Frou se dieron a conocer mundialmente al incluir una versión de la canción "Holding out for a hero" de Bonnie Tyler, en la banda sonora de Shrek 2. Desde entonces la cantante que más ha dado que hablar en el ambiente del electro pop en los últimos dos años, disfruta de un sitio privilegiado. Imogen Heap elabora pop electrónico, mezclado con rock alternativo, a mitad de camino del espacio musical que creó Portishead hace algunos años y que Bjork se encargó de llevar al primer plano. Su destino es explorar las fronteras del pop rock electrónico, un buen ejemplo de lo que la mezcla de un criterio musical adecuado y una voz portentosa pueden siempre conseguir.

Fonte: El Poder de la Palabra

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Invasão de Pais Natal


Estou espantado... as cidades foram assaltadas por uns bonecos ridículos que se chamam Pai Natal.

São aos milhares... trepam varandas, chaminés, terraços... tudo o que aparece à frente.

Acho que é óbvio que os portugueses não estão satisfeitos com a sua condição: a crise agravada.

É obvio que o Natal é tempo de esperança... mas qual o objectivo dos Pais Natal?

As crianças já sabem que eles não existem... e nós? Será que sabemos?

Se sim não percebo.... é que eles não são assim tão bonitos como peças de decoração...

E como símbolo... não se adequam... todos sabem que não há almoços grátis! :-)

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