Aniversário sobre a Morte de Juana "la Loca"
A rainha que inventou a greve de fome!
Foto: Pradilla Roriz
Este ano de 2005 está cheio de aniversários célebres!
2005 é o aníversário de Dom Quixote, da Morte de Catarina de Bragança, da Morte de Hans Christian Anderson, do Terramoto de Lisboa, da Morte de Joana a Louca, os 50 anos sobre o fim do Holocausto. Não procuro mais datas, pois não quero entrar em delirio e em leituras que não me cabem!
Queria assinalar a data da morte desta rainha que ficou com uma página negra na História, na minha opinião, de uma forma injusta.
Era filha dos Reis Católicos, Fernando e Isabel (que comemorou em 2004 o seu V centenário), e era a mãe de D. Catarina da Áustria, mulher de nosso D. João III, avó de D. Sebastião (D. Catarina reinou na sua menoridade com o cunhado D. Henrique).
É muito curiosa a sua a história pois a loucura que lhe foi atribuida parecia assaltá-la nos momentos em que de forma lúcida, Juana estava mais próxima da coroa de Aragão e Castela, reinos unificados desde seus pais. O testamento que D. Isabel lhe tinha deixado depois da sua morte não despertou nunca a sua vontade de reinar. Os seus dois irmãos tinham morrido, depois a sua mãe, e dias depois, aclamada rainha Dona Juana, morre o seu marido Felipe o Belo, Arquiduque da Áustria. Juana descobre que estava grávida... (nascimento de D. Catarina)
Permanecer na cidade onde o seu marido morrera tornava-se irrespirável para Juana. Ficou célebre a marcha que protagonizou com o cadáver de Felipe, no seu desejo de o sepultar em Granada. Juana, num cenário digno de filme, põe-se a caminho com os seus vassalos, frades franciscanos, damas e cavaleiros da corte, com tochas acesas, caminhando sempre de noite.
De noite, pois reconhecia que ao ficar viúva, o seu sol a tinha abandonado. Juana era extremamente apaixonada por Felipe. Felipe, embora apaixonado por Juana tinha frequentes encontros com um dama da corte de Bruxelas, a quem Juana surpreendeu um dia nos corredores do palácio, atirando-se a ela, tirando-lhe a cabeleira loira e provocando gritos a que todos acudiram. Este episódio valeu-lhe pesados insultos de Felipe e o agravamento da doença de Isabel em Espanha quando teve conhecimento dele.
Durante a célebre marcha, Juana quis abrir várias vezes o túmulo e beijar o seu marido. Conta-se que uma vez pararam junto de um convento para pedir abrigo e entraram. Quando Juana soube que se tratava de um convento de freiras e não de frades, ordenou que o seu séquito a seguisse para retomarem a marcha.
O seu pai acabou por governar espanha enquanto Carlos V, seu neto era menor. Assim tinha sido desejo de Dona Isabel caso Juana se revelasse incapaz de governar. Juana foi encarcerada num convento onde viveu 46 longos anos, morrendo com 73 anos.
Carlos V, seu filho, apenas a visitou uma vez no convento...
Foi Felipe II (neto de Juana) que cumpriu os votos de enterrar Felipe o Belo em Granada.
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